Olá a todos, estejam bem; nestes últimos tempos, aliás quase que a minha vida profissional toda de Cirurgião-Dentista e olha que já são quase 25 anos de associativismo, tanto na APCD (sigla para Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas) quanto nos "Sindicatos odontológicos da vida", mas nestes últimos tempos, muitas reflexões têm aflorado em minha mente sobre tudo o que fiz e participei e sobre tudo do que vi. Já estive Diretor da APCD Pindamonhangaba em diversos momentos e hoje estou Presidente, além de, nestes últimos tempos fazer parte de uma nova articulação de Colegas que assumiu nosso Sindicato de Taubaté e Região, ou seja, assumo que estou e mais meus Colegas Diretores da APCD daqui e mais outros Colegas abnegados representantes das APCDs das cidades do nosso Vale do Paraíba, todos, no comando da Odontologia de nossa região e isso é RESPONSABILIDADE PESADA! O grifo demonstra o peso. Passei pelo tempo em que nossas APCDs e Sindicatos começaram em nossa Região, tanto por pesquisas históricas que produzi, pesquisei e já publiquei aqui e em outras mídias (principalmente de nossa APCD Pindamonhangaba), quanto por (com) vivência direta com Colegas, se é que vocês me entendem. Vitórias, derrotas, sonhos, planos, alegrias, contendas, enfim, "normalidades" de uma vida associativa, que cansei de testemunhar. Então, julgo ter um pouquinho de "bagagem" para discorrer sobre o tema. E estou aqui porque muitas questões, apesar do tempo de casa e trabalho e conhecimento, ainda incomodam-me e queria apresentá-las ao leitor, Cirurgião-Dentista ou leigo, pois creio, ou melhor, tenho a mais absoluta certeza, de que este assunto diz respeito à saúde como um todo e isto interessa a todos. Odontologicamente falando, tivemos grandes conquistas neste tempo todo e resumo isso numa certeza: Não há uma ação de saúde oral pública ou privada, conjunta ou isolada, pregressa ou atual que tenha beneficiado e/ou beneficia nossa população, que não tenha o "pitaco" (para sermos mais coloquiais) das nossas Associações constituídas acima citadas (incluo aqui os Conselhos de Odontologia - Federal e Estaduais), bem como no aprimoramento profissional de nossos Colegas Cirurgiões-Dentistas, ou seja, sem estas Associações, Sindicatos e Conselhos, a coisa estaria um tanto quanto mais complicada prá nossa Odontologia e prá nossa saúde bucal. Mas é o suficiente? Não. Não mesmo! Precisamos avançar. Apresentando a você leitor, os problemas que me incomodam, inicio dizendo que na minha modesta opinião, enxergo um "racha" velado e secular entre a Odontologia "Ensinativa" (termo meu para designar os Colegas que ensinam, produzem e desenvolvem trabalhos e estudos, ou seja, professores, mestres e doutores), e a Odontologia "Aplicativa" (outro termo meu para designar os Colegas que vão às fontes aprender e se especializar, para aplicar, depois, seus conhecimentos diretamente na população, o dito "Dentista" que não é termo pejorativo, por favor, mas apenas para explicar, ludicamente, ao leigo que estiver lendo este artigo, ok? Todo mundo se ama). Mas esse "racha" velado ao qual me refiro, precisa ser tratado de uma forma muito cuidadosa pela Odontologia Associativa (terceira Odontologia, na minha divisão, ou seja, o todo dos Cirurgiões-Dentistas e que é aquela que congrega e é composta tanto por Colegas "Aplicativos" quanto por"Ensinativos" que assumem os cargos de Diretores de Associações, Sindicatos e Conselhos). Complicado demais? Então, antes de continuar lendo, caro leitor, retorne ao texto onde defino os tipos de odontologia, senão o restante do texto ficará sem sentido... Pronto? Posso prosseguir? Agora indo direto ao assunto, vejo as universidades repletas de Dentistas "Ensinativos" dando aula e produzindo estudos, com os Dentistas "Aplicativos" observando apenas e quando muito, ocupando o setor de aprendizagem, ou seja, o alunado. Vejo também nossos jornais e revistas odontológicos produzidos pelas nossas Associações Dirigentes, um tanto quanto EXCLUDENTES, dando a impressão de serem feitos pela Odontologia "Ensinativa" para, e apenas, os Dentistas "ensinativos". Então os Dentistas "aplicativos" novamente ficam como observadores, acabam ficando desprestigiados e desestimulados por não poderem apresentar seus trabalhos e não se vêem representados ali. Nós, Dirigentes da Odontologia, devemos prestar uma atenção especial a esse detalhe. Quem sabe incentivar a introdução de dentistas "Aplicativos" nas clínicas das universidades e porque não, com eles até ministrando aulas ditas menos "doutorais". Quem sabe não possamos criar um espaço em nossos jornais e revistas para que os Dentistas "aplicativos" possam mostrar e explicar seus casos tratados, sem regras de publicação ou qualidade de fotografia, isso, sem passar pelo "crivo" de auditores e/ou editores do expediente destas revistas ou jornais. Taí uma ação que poderia trazer mais Associados para nossas Classes. Quanto aos dentistas "Ensinativos", nossa Classe Dirigente poderia trabalhar no intuito de afrouxar um pouco as regras da tal dedicação exclusiva ( aquela que exige que o dentista professor dedique-se integralmente aos seus afazeres dentro da universidade e ponto), para que estes Colegas pudessem trabalhar e atuar no que gostam, que não é a clinica de atendimento, mas noutros trabalhos acadêmicos em outras instituições e sendo bem pagos. Outra: o ECAD (leia-se Direitos Autorais) vem recolhendo taxas impostas aos nossos consultórios e clínicas que possuem TV na sala de espera. Quem sabe a criação de uma mídia toda feita por nós (Conselho, Sindicato e Associações) que explicasse sobre cuidados com a boca e dentes, modalidades de tratamento, enfim, uma mídia nossa regulada pelo Conselho e exposta em nossas TVs. O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CRO-SP) já está em fase de lançar a TV CROSP em breve. Ótimo!Isso nos livraria desta taxa imposta que eu abomino e acho abusiva. Imagine todas as clínicas de estética, odontologia, medicina, academias, cabeleireiros e escritórios por todo o país deixarem de exibir em suas TVs a programação da TV aberta. Tenho certeza que as emissoras derrubariam esta lei do recolhimento de direitos autorais RAPIDINHO! Mas voltando ao raciocínio, essa mídia criada por nós, Dirigentes, seria enviada aos nossos Associados gratuitamente com as informações necessárias. Outra: Nossos cursos ministrados aos Dentistas "Aplicativos", devem ser voltados exclusivamente à clínica diária com muita prática e pouca teoria, pois ouço deste dentistas que o tempo para estudo diário é muito escasso e o que eles querem é o treinamento para a aplicação imediata do que aprenderam, na sua clínica. Nada mais justo. Outro pensamento que me aflige é o de como atrair os jovens dentistas: o nosso Congressão anual (na cidade de São Paulo: um dos maiores do mundo e mais uma conquista nossa) certa vez, trouxe, num de seus estandes que eu visitei, uns profissionais que estavam fazendo depilação definitiva ou auto maquiagem, ou maquiagem definitiva, sei lá, com as tendências atuais de cores e tons, sei lá o que era. Depois corrijam-me, mas havia uma fila "monstro"de Dentistas para testar aquelas novidades. Então pensei: se os rapazes e as meninas de nossa odontologia gostam disso, que tal colocarmos em nossos próximos cursos, cabeleireiros e maquiadores para aplicarem as novidades da moda. Por que não? Será que nós, Dirigentes da Odontologia, estamos fazendo bem nossa parte? Outra: Que tal nos juntarmos sem brigas entre as Direções e focarmos na reversão da nossa aposentadoria aos 25 anos de contribuição como era antigamente. Sindicatos, Conselhos e Associações todos juntos! Assim a gente consegue.Tudo junto e unido é sonho de criança? Inocência? Pode ser, mas aqui no Vale já estamos pensando nisso, inclusive fizemos um "pacto de união" (esse termo foi criado por mim agora para descrever este momento e ninguém me autorizou a utilizá-lo. Faço apenas para melhorar o entendimento), mas esse "pacto" nos colocou, lado a lado todas as APCDs do Vale, Conselho Estadual e Sindicato de Taubaté e Região. Não que estivéssemos em pé de guerra antes, mas apenas resolvemos mirar um mesmo horizonte. Juntos e unidos.
Ao leigo que está lendo esta matéria, queria pedir as minhas mais sinceras e profundas desculpas pelo pouco que fizemos por você até o presente momento em se tratando de odontologia, pois ainda somos um país de "banguelas" já que 27 milhões de nós brasileiros nunca fomos ao dentista. Nunca! Mais da metade de nossas crianças com até 5 anos de idade já tiveram pelo menos um dente cariado. O Ministério da Saúde possui mais de vinte e duas mil equipes odontológicas e o nosso Brasil possui o maior número de Dentistas per capta em todo o mundo. Então porque a assistência não chega a todos? Por que ela é ruim?O que nós, Dirigentes Classistas da Odontologia, não estamos conseguindo fazer pela saúde oral dos brasileiros? Nossas Associações e Sindicatos promovem cursos regulares das mais variadas especialidades como eu disse agora mesmo acima neste texto e com atendimento assistencial à população carente pelo Brasil afora e, mesmo assim, ainda não resolvemos o problema bucal da população. Não. Então desculpe-nos. Estivemos em todas as ações possíveis sobre fluoretação de águas dos municípios por todo o Brasil, mas cobrimos 100% deles? Conseguimos levar flúor a todos estes municípios? Toda a água que o Brasil bebe é fluoretada? Não. Então desculpe-nos. Fomos capazes de fornecer através das mais diversas mídias disponíveis, informações sobre os cuidados com a cavidade oral? Não. Então desculpe-nos. Por que não conseguimos resolver estes problemas? Não fomos, Associações, Sindicatos e Conselhos criados para isso?! E então? Tínhamos que ter sido melhores do que fomos. E olha que trabalhamos duro, caro leitor. Pois essas reflexões me deixaram um tanto quanto decepcionado e desesperançoso... Continuei pensando e pensando mais um pouquinho e aí encontrei nosso PROBLEMA. Ou pelo menos acho que encontrei: DESEDUCAÇÃO! Isso mesmo! Senão vejamos: Aqui em nosso país o rico tem dentes ruins, como o pobre, o ignorante ou o "educado". Médicos e Dentistas têm dentes ruins como os têm o professor e a empregada doméstica. Os magistrados e os advogados têm dentes tão ruins quanto os presidiários e policiais. As crianças, os jovens, os adultos e os velhos de todos os gêneros têm dentes ruins por aqui. A diferença é que os "abastados" tapam as falhas com próteses fixas, os "remediados" com as próteses removíveis e os "abandonados" as exibem, as falhas dentárias, sem nenhum pudor. Hoje reabilito meus clientes com implantes, mas penso: Os pais desse paciente que eu tratei com implantes usava dentaduras apoiadas nas gengivas e esse infeliz, agora, usa uma dentadura apoiada e fixada no osso através de implantes. Bem melhor, não é? Mas a realidade é que ambos estão sem os seus dentes! Duas gerações! É o "Banguelismo" imperante no nosso país! Onde é que evoluímos? A evolução foi de uma dentadura removível para uma dentadura fixa? Isso é evolução? Não meu caro leitor! Vejo nas propagandas de TVs, rádios, internete e jornais de clínicas odontológicas que reabilitam com a MODERNIDADE DOS IMPLANTES, porém, moderno mesmo não seria ter nossos dentes saudáveis? Nossos dentes naturais intactos? Onde é que vemos comerciais deste nível, focando prevenção? Esse é outro ponto que nós, dirigentes de classe odontológica devemos focar. E falhamos novamente.
Nossos governantes são DESEDUCADOS, tanto quanto nós, dirigentes de classes. São DESEDUCADOS nossos magistrados, médicos, dentistas, advogados, engenheiros, arquitetos, professores e todos aqui no Brasil (se esqueci de alguma profissão, gênero número ou grau de pessoa, desculpe-me, mas foi por causa de espaço. Sintam-se da irmandade de DESEDUCADOS também, ok?). Aí reside todo o nosso problema. Não adianta o esforço de uns se o entendimento não for de todos. PRECISAMOS DE EDUCAÇÃO! Acabamos de eleger nosso novo governo dirigente e, durante as campanhas políticas quem de nós ouviu um plano crível e exequível para a educação? Eu não ouvi. E sabe por que? Porque eles não têm nenhum plano para a educação! Como já disse, são DESEDUCADOS como todos nós! E nós eleitores? Cobramos este plano educacional?
Essa DESEDUCAÇÃO é a nossa principal mazela. E ela não afeta apenas a saúde de nossas bocas, não, mas afeta nossa saúde geral, nossos relacionamentos, nossa visão de mundo, nossa duração neste mundo, a perpetuação dos preconceitos, da malandragem, da violência e da cafajestice, do desmatamento, da falta d'água e de esgoto tratado, da falta de banheiros, a perpetuação do ebola, da dengue e o surgimento da nova FEBRE CHIKUNGUNYA, o congelamento da pobreza, o desamor... Mas calma leitor, não se desespere que não é o fim do mundo. Quem leu atentamente este enorme texto escrito por um DESEDUCADO que não tem poder de síntese, rsrsrs, viu que algumas soluções foram apontadas na área da saúde bucal. Quem sabe se outras áreas não poderiam também fazer um "mea culpa", inclusive você que está lendo este artigo que já vai virando um manifesto e apontassem caminhos e soluções para nossa vida.
EDUCAR-SE É MAIS IMPORTANTE QUE RESPIRAR!

DIRETORIA APCD 2010-2013:
Presidente: Gontran de Paiva Nasser Júnior
1º Vice-Presidente: Rachel Rezende Machado
2º Vice-Presidente: Paulo Bento Rosa
Secretário Geral: José Geraldo M. Penina
1º Tesoureiro: Lucilene Hernandes Ricardo
2º Tesoureiro: Grace Maria de P. R. Carvalho
3º Tesoureiro: Hércule Martinez Peregrino
Diretor Científico: Ivete Tereza de A. Collus
Diretores Sociais: Katia Regina Prado Nasser e Maria Helena Vilela S.Roma
Diretor de Esporte: Mário Antônio Guerreiro Franco
Diretor de Comunidade: Paulo Roberto Silva Marcondes César
Diretor de Turismo: Ivo Aldo Brondino
Diretores de Prevenção e Promoção da Saúde: Isabella de Almeida Barbosa Lima e Itamar do Amaral Silva
Diretores Nova Geração: Vinícius Aneas Rodrigues e Stella Mendes de Barros
Diretor Acadêmico: Beatriz Prado Nasser
Diretor de Patrimônio: José Roberto Mendes Júnior
Conselho Fiscal: José Zacarias de Paula Filho e Natália Andrade Bento Rosa
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