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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Efeitos Biológicos das Radiações

EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
PROTEÇÃO EM RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA


Prof. Renato  Yassuda

Ex-Prof. Assist. de Radiologia da FO-USP (S. Paulo) e FO-UNESP (S. J. dos Campos)
Prof. Efetivo do  D. O. UNITAU Ms. Em Fisiopatologia Celular

I Considerações Preliminares

Os fenômenos ligados a RADIAÇÕES (causas e efeitos) existem desde a criação do UNIVERSO, seja por obra DIVINA (conforme as religiões), seja por uma estupenda explosão estelar (teoria científica do ‘’BIG-BANG’’.) numa galáxia, que ocorre até hoje pela imensidão do infinito.
A Humanidade tomou conhecimento de forma inesperada e perplexa sobre as RADIAÇÕES, a partir do lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki (Japão), em agosto de 1945, em plena segunda guerra mundial.
Antes desse maior crime de guerra de todos os tempos, perpetrado pelos norte-americanos contra cidades civis indefesas, a Humanidade desconhecia a terrível guerra nuclear.
Em frações de segundos morreram mais de duzentos mil habitantes (no foco da explosão), além de milhões de feridos (distantes a quilômetros); os sobreviventes carregaram uma herança maldita (alterações genéticas) através de acidentes inesperados como a fatídica explosão da usina nuclear de Chernobyl (Ucrânia)  em abril de 1986, o acidente com o Césio 137 em Goiânia (Brasil) em setembro de 1987 e, recentemente, com a explosão e vazamento da usina nuclear de Fukushima (Japão) em março de 2011, após terremoto e tsunami.


II Estrutura Molecular

Para se compreender o que ocorre quando uma radiação atinge um corpo qualquer (animal, vegetal ou mineral), é preciso relembrar as aulas de Física do 2º Grau ou Científico (atual Curso Médio), nas quais se aprende pela teoria de RUTHERFORD e BHOR, que todos os corpos são constituídos elementarmente por moléculas, e estas por átomos. Os átomos apresentam um NÚCLEO (materialmente muito compacto e denso) que engloba inúmeras partículas, sendo as principais os NÊUTRONS e os PRÓTONS (eletricamente positivas).
                Circulando ao redor do Núcleo, gravitam inúmeras partículas denominadas ELÉTRONS (eletricamente negativas), atraídas pela densidade do Núcleo e contrabalançam com suas cargas negativas, o mesmo número de cargas positivas dos Prótons. Consequentemente, o Átomo é eletricamente neutro (prótons = elétrons)


III Ionização

                Entretanto, quando um átomo é atingido por um FÓTON (unidade teórica de uma carga radioativa), provinda em alta velocidade do meio exterior, poderá ocorrer um dos três fatos seguintes, e suas consequências:
A)     O fóton passa incólume pela órbita eletrônica, não atingindo nenhum elétron, não haverá ocorrência de nenhum fenômeno e o fóton continuará sua trajetória no espaço.
B)      O fóton atinge o núcleo, que por ser muito compacto e denso, absorverá a energia do fóton, não ocorrendo nenhum transtorno notável no equilíbrio do átomo.
C)      O fóton atingirá um elétron da órbita eletrônica; isso ocorre em alta porcentagem, devido à grande quantidade de elétrons circulando ao redor do núcleo.

Neste caso as consequências são IMEDIATAS e de grande REPERCUSSÃO na estrutura atômica: devido à colisão em alta velocidade do Fóton, o elétron atingido sofrerá deslocamento de sua órbita e aquele que for expelido (‘’expulso’’) para o meio exterior NÃO ficará vagando no espaço. Devido à proximidade de milhares de átomos, o elétron deslocado se incorporará ao átomo vizinho.
Haverá duas consequências inevitáveis: o átomo que perdeu o elétron torna-se um ÍON positivo (pela predominância de prótons); o átomo que recebeu o elétron deslocado torna-se um ÍON negativo (pela predominância de elétrons).
Formam-se os ÍONS PARES (altamente INSTÁVEIS e REATIVOS), que combinando entre si, dão origem aos RADICAIS LIVRES, substâncias altamente degradantes e nocivas à saúde humana, responsáveis pela etiologia de quase todas as doenças que grassam pelos organismos vivos, desde uma simples radiodermite até a evolução de alterações drásticas (a curto, médio e longo prazo), como a formação de neoplasias malignas (tumores, câncer) e degenerações genéticas (esterilidade, aborto, formações mutantes e teratológicas) transmissíveis através de gerações.
Em consequência do fenômeno da IONIZAÇÃO, os efeitos biológicos das radiações poderão ocorrer em várias alternativas (causas e efeitos), podendo haver absorção TOTAL ou PARCIAL, ou por ação DIRETA ou INDIRETA.
A gravidade e a letalidade desses efeitos são proporcionais às seguintes características das radiações:
 a) Frequência: alternada ou contínua;
 b) Intensidade: baixa, média ou alta;
 c) Duração: curta ou prolongada.
As CLASSIFICAÇÕES são diversificadas, complexas e discutíveis entre os vários Autores e Cientistas; procurarei resumi-las esquematicamente para melhor compreensão didática.


I – Por AÇÃO DIRETA

Alterações MORFOLÓGICAS ou SOMÁTICAS
A nível celular: no núcleo (vacuolização e picnose); no citoplasma (alteração e desintegração das mitocôndrias e aparelho de Golgi).
        A nível de tecidos e órgãos: alterações patológicas (reversíveis ou irreversíveis). Formação de NEOPLASIAS benignas ou malignas.

Alterações FISIOLÓGICAS:
Desequilíbrio e alteração do METABOLISMO, com perturbação geral ou parcial da saúde corpórea e funcional.

Alterações GENÉTICAS:
Ocorrem principalmente na faixa etária PROCRIATIVA; nesta fase é importante, indispensável e imprescindível a proteção das GÔNADAS (glândulas genitais masculina e feminina), inclusive em um simples exame radiográfico buco-dental. (PROTEÇÃO será estudada em capítulos futuros).
-Fragmentação cromossômica: alteração do código genético (RNA e DNA).
-Destruição dos gametas (células sexuais masculina e feminina): esterilidade.
-Perturbações na evolução da gravidez do embrião ou feto. Aborto. Aberrações (formações mutantes ou teratológicas).

Todas essas alterações (morfológicas, fisiológicas e genéticas) constituem as chamadas MOLÉSTIAS das radiações, que, se caracterizam pelo POLIMORFISMO (podem ocorrem todas simultaneamente) e pela INESPECIFIDADE (as radiações não são específicas para uma determinada moléstia).
O caso mais grave é quando o CORPO TODO de um ser VIVO é submetido à uma exposição aguda e intensa de radiações; por exemplo: exposição excessiva à radiação solar, explosões nucleares, bombas atômicas, grande vazamento de usinas radioativas, provocando a chamada SÍNDROME AGUDA DE RADIAÇÃO: necrose, hemorragia, infecção generalizada de células e tecidos, falência múltipla dos órgãos, causando a morte IMEDIATA ou por MINUTOS, HORAS ou DIAS.

II – Por AÇÃO INDIRETA
(continua).





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