SANTA APOLÔNIA

SANTA APOLÔNIA

O cristianismo originou-se na antiga Palestina, hoje Israel, tudo por causa d’Aquele Cara chamado Jesus Cristo e sua trupe - os apóstolos e as Marias (Sua Mãe e a Madalena) – e está tudo lá naquele “livrinho fininho”: A Bíblia.

Já o mérito de tornar o Cristianismo uma instituição coube a Paulo, um judeu convertido de Tarso, que andou por lá tudo, desde as ilhas do Egeu, na Ásia Menor, na Grécia até chegar na Itália onde se radicou. Esse Paulo Apóstolo, um, digamos, “obstinado perseguidor e espancador oficial” de cristãos, depois que teve um ataque hipoglicêmico, fato que o fez ver clarões “cegantes” momentos antes de, literalmente, cair do cavalo e “alucinar”, se converteu, entregou-se de corpo e alma à Nova Vida e, de tão fervoroso em sua FÉ, converteu “meio mundo” de gente ao cristianismo. Depois os outros apóstolos fizeram igual. Assim se disseminou os ensinamentos d’O Cara e as igrejas cristãs se expandiam qual o “Big-Bang”. Ocorriam milhares de conversões, inclusive com adeptos no palácio e altos postos no exército romano. Era senador, comandante, soldado, burguês, camponês, rei, e por aí vai... Todo mundo reverenciando Cristo. Uma loucura. Esse Jesus é “foda” mesmo.

E foi na Itália que esta nova fé se desenvolveu, despertando principalmente o interesse dos pobres e humildes, pois os ensinamentos criavam uma mensagem de esperança. A gente não pode se esquecer de que estamos falando da época do Império Romano e Roma era como os EUA são hoje: Fazem o que querem, do seu jeito e na sua hora. Esse Império Romano era imenso nesta época e abrangia, inclusive, todos os países banhados pelo Mar Mediterrâneo (sul da Europa, norte da África e Ásia Menor). 

Bom, esta revolução (ocorrida por volta de 225 nesta parte da Europa) provocou enorme preocupação em Roma. É que neste tempo o Imperador era pajé, dono, cacique que mandava em tudo e ainda era divino, ou seja, fazia até milagre. Era ele no céu e ele na terra. Um tudo. O problema é que os cristãos se recusavam terminantemente a cultuar qualquer deus que não fosse O deles, muito menos um imperador “humano e terreno” além de não lutarem ou carregar armas. Daí o Imperador ficou com muita dor de cotovelo e com despeito dos seguidores da doutrina do Cristo. Isso acabou por gerar perseguições em muitas cidades do Império. Cristão pego que não renegasse sua FÉ, era torturado até à morte. Isso sim era uma loucura só!  Imperador enciumado é dose, né?

Mas porque que eu falei tudo isto, mesmo?  Ah sim, pois é neste contexto que surge a nossa heroína, APOLÔNIA: Filha de rico magistrado, nascida em Alexandria (Egito), na época a segunda maior cidade do Império Romano. E foi num destes levantes imperiais contra os Cristãos que a história de APOLÔNIA se desenvolve.  Diz a narrativa que, neste dia, como ocorria nos dias de perseguição aos cristãos (e isso  se tornou até uma modalidade esportiva na época: Coliseu – cristãos – gladiadores – leões... Tão acompanhando?), mas neste dia, um mar de sangue correu pelas ruas de Alexandria e um grande número de perseguidos - crianças, idosos, jovens, homens e mulheres - num gesto de desespero ou coragem, sei lá, preferiram morrer a negar sua FÉ no Cristo. Muitos se suicidaram. Donzelas se atiravam nas águas propositadamente no intuito de se afogarem para não perder a castidade nem ter que renegar sua fé. As casas dos cristãos eram saqueadas e incendiadas e seus moradores arrastados pelas ruas e levados em praça pública, onde eram torturados das mais torpes maneiras no intento de renegar Jesus (O Capitão Nascimento do BOPE se visse, ficaria com o estômago embrulhado, de tanta barbárie). A donzela APOLÔNIA era um referencial do lugar por ser mais velha e estudada e se destacava por sua determinação em estimular e incentivar os cristãos na defesa de suas crenças. Neste dia fatídico APOLÔNIA foi capturada e levada a um templo pagão onde foi intimada a renegar sua FÉ. Lógico que ela se negou. Então os algozes pagãos a levaram em praça pública, despiram-na, amarraram-na e, à pauladas e pedradas, quebraram-lhe os maxilares e os dentes. Desfiguraram-na completamente. Não satisfeitos, ainda, mutilaram seus seios (como ocorreu com Santa Ágata, mas essa é outra estória). APOLÔNIA, mesmo terrivelmente ferida e com fortíssimas dores, manteve-se impávida.   Em vista dessa firmeza, seus algozes fizeram uma grande fogueira e deram à donzela um ultimato: “ou renega teu Deus ou te lançamos viva ao fogo”. APOLÔNIA deteve-se um momento, como se quisesse dizer algo a eles e, de repente, num movimento rápido, escapou das mãos dos que a detinham e se lançou ao fogo sendo totalmente consumida. Os cristãos recolheram e guardaram os ossos da mártir com todo o respeito e cuidado. Em Roma foi construída uma igreja em honra a essa, posteriormente canonizada, SANTA APOLÔNIA onde parte de seus restos mortais se encontram. Outros restos da Santa (dentes, braços, cabeça e ossos), também estão espalhados em outras igrejas pela Europa. Santa APOLÔNIA é, desde então, a Padroeira dos Cirurgiões-Dentistas, dos coitados com dores nos dentes e na boca e dos traumatizados faciais. Ela pode ser invocada também pelas mulheres com problemas relativos aos seios e mamas. Dizem que APOLÔNIA é muiiitttooooo poderosa. Dia 09 de fevereiro é seu dia oficial. Dia de Santa APOLÔNIA.

Mas Santa APOLÔNIA ainda teve seu nome envolvido numa contenda que colocou em dúvida sua santidade. Vocês acreditam que muitos “palpiteiros de plantão” e entre estes: estudiosos, pensadores, levianos, irresponsáveis e por aí vai, chegaram a afirmar que APOLÔNIA e um grupo inteiro de jovens mártires não esperaram pela morte com a qual haviam sido ameaçados, talvez para preservar sua castidade ou então porque se viram confrontados com a alternativa de renunciar sua FÉ e, voluntariamente, abraçaram a morte que havia sido preparada para eles, o que, para estes “Palpiteiros”, seria uma atitude que perigosamente se aproximaria do SUICÍDIO que a Igreja abomina veementemente e não perdoa. Pelo raciocínio deles, APOLÔNIA deveria esperar que seus algozes a jogassem na fogueira e, de jeito nenhum, ter-se atirado por vontade própria. Doido demais da conta, alguém pensar um “tróço” deste, sô!

 Mas como Cirurgião-Dentista compartilho do entendimento de alguns e de Agostinho de Hipona que, mesmo não emitindo um veredicto, saiu em defesa de nossa “Garota”. E o meu entendimento final é que esses mártires como APOLÔNIA, NÃO se convertiam espontaneamente ao cristianismo, como poderíamos pensar superficialmente, mas sim porque recebiam um comando Divino. Paulo, citado acima não se converteu, mas foi convertido por Deus. Não foi por vontade própria dele, mas por Ordem Divina. Esses mártires foram tocados irreversivelmente e não tiveram como dizer NÃO. Minha Tia Vivila me disse uma vez que quando Deus entra no coração da gente, toma tudo pra Ele. Até sua vontade.  APOLÔNIA e os mártires tiveram e, nós temos que acreditar, um contato direto com O Cristo e eles acreditavam piamente nisto. É muito comum nos nossos dias, na tv e no rádio com suas programações nas “madrugadas de pregação”, a gente observar vários testemunhos de fiéis, das mais variadas igrejas, de manterem contato direto com o Deus deles, seja ouvindo vozes, barulhos ou vendo clarões. Sei lá. A gente não pode duvidar do contato de Deus com alguém, só porque nunca recebeu este contato. Isso não é justo. Sendo assim, é lógico pensarmos que estes mártires foram obedientes à uma ordem de Deus. Santa APOLÔNIA não se acovardou e cometeu suicídio se atirando às chamas, mas ela recebeu sim, um comando de forma clara dada pelo seu DEUS que se atirasse e ela foi obediente e temente a Ele. É assim que eu vejo. Para terminar cito Agostinho de Hipona: “Quem em sã consciência pode condenar esta devoção?” VIVA SANTA APOLÔNIA!!!

As fotos abaixo mostram Santa Apolônia. É curioso que a grande maioria das pinturas e esculturas da Santa a retratem como uma jovem, apesar de historicamente sabermos que Apolônia já era uma Senhora.  

Relicário contendo um dente de SANTA APOLÔNIA